terça-feira, 4 de maio de 2010

TECNOLOGIAS NO MEU LOCAL DE TRABALHO


Atualmente não estou trabalhando em nenhuma escola, estou desenvolvendo minhas atividades na Secretaria Estadual de Educação na Coordenadoria de Recursos Humanos no Núcleo de Capacitação para a Gestão Escolar – NUCGES.
Neste núcleo trabalhamos com projetos destinados a capacitação e formação continuada de gestores escolares (diretores, diretores adjuntos, técnicos pedagógicos, agentes administrativos, auxiliares de disciplinas, merendeiras e serviço de apoio). Todos esses projetos, provenientes de convênios MEC/SEED-AP, são desenvolvidos por nós professores e técnicos lotados no referido núcleo.
As tecnologias que dispomos neste setor são: dois computadores, uma máquina fotográfica digital, uma impressora a laser, um projetor de imagens, dois microfones se fio, duas caixas acústicas. Todo esse material é usado tanto para os serviços administrativos do setor como, também, durante a realização dos cursos de capacitação e formação continuada dos gestores escolares. Sabemos que estes objetos não são suficientes para atendermos todos os nossos cursistas, porém contamos com a parceria e colaboração de algumas escolas da rede estadual que nos auxiliam, com seus laboratórios de informática, quando necessitamos de usar mais equipamentos para realizarmos determinada atividade, como, por exemplo, o módulo de informática básica para o curso PROFUNCIONÁRIO que será realizado no período de 17 a 21 de maio de 2010.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Tema para discussão

Olá colegas gostaria da contribuição de vocês sobre este tema, A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE 1ª A 4ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL , que considero de grande importância para o processo de ensino-aprendizagem, inclusão e educação digital nas escolas de ensino fundamental das redes públicas do Estado do Amapá.
Ficarei agradecido à todos que puderem colaborar com o desenvolvimento deste tema

Kenski(2008. p . 106). observa que “Não é possível impor aos professores a continuidade da autoformação, sem lhes dar remuneração, o tempo e as tecnologias necessárias para a sua realização. As imposições de mudanças na ação docente precisam ser acompanhadas da plena reformulação do processo educacional. Mudar o professor para atuar no mesmo esquema profissional, na mesma escola deficitária em muitos sentidos, com grandes grupos de alunos e mínima disponibilidade tecnológica, é querer ver naufragar toda a proposta de mudança e de melhoria da qualidade da educação”

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Lied Ieta



Informática e Educação
Kleyzer Alencar Bruce
Professor de Matemática e Metodologia da Matemática
Coordenador do Laboratório de Informática na Educação – LIED/IETA



"Os recursos tecnológicos nada significam em si, nada fazem por si sós.
Eles precisam estar a serviço de um projeto pedagógico claro.
Seu uso precisa ser planejado de forma sistêmica e estar aliado a outros recursos".
(Alberto Tornaghi)


No segundo semestre do ano de 1999, o IETA passou a participar do Programa Nacional de Informática Educativa (ProInfo/MEC). Dentre os/as educadores/as do IETA, foram convidadas as professoras Kátia Rocha (Recreação e Jogos) Marlene Vilhena (Língua Portuguesa, Metodologia da Linguagem e Literatura) e o professor Kleyzer Bruce (Matemática e Metodologia da Matemática) para tomarem parte do I Curso de Capacitação em Informática Educativa promovido pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE Marco Zero do Amapá). O curso, com uma carga horária de 180 h/a, constou de: Introdução à microinformática; noções de MS-Word, MS-PowerPoint; análise de softwares educativos; programação em Logo Writer e Teoria da Aprendizagem.
Após a conclusão do curso, esses profissionais receberam a incumbência de serem os multiplicadores na Escola, coordenando as atividades do LIED (Laboratório de Informática na Educação) e orientando com o auxílio de computadores, todas as atividades pedagógicas lá desenvolvidas.
No IETA, foram instalados onze computadores interligados em rede local, uma impressora a laser, uma impressora a jato de tinta, um scanner e bancadas com doze cadeiras em uma pequena sala.
Dispondo apenas do Windows98 e Office97 iniciaram-se as atividades do LIED com uma oficina pedagógica para professores e professoras com o objetivo de socializar o que haviam aprendido no curso de capacitação promovido pelo NTE. Depois, alguns/algumas desses/dessas educadores/as participaram de cursos de capacitação em Informática Educativa, também, promovidos pelo NTE.
O início das atividades do LIED foi marcado por diversos entraves: pouco espaço para comportar uma turma de 30 alunos; a exigüidade de tempo dos/das coordenadores/as para que desenvolvessem as atividades a contento, já que deveriam dividir-se entre sala de aula com o grupo-turma e a coordenação do laboratório; críticas negativas e a falta de apoio daqueles/as que não conseguiram compreender a proposta do uso do laboratório de informática na educação como mais um ambiente de aprendizagem da escola, à semelhança da biblioteca e da sala de vídeo.
Para dinamizar esse novo ambiente de aprendizagem e transformá-lo num grande espaço tendo em vista o atendimento de todos e todas de forma democrática, optou-se inicialmente por oferecer oficinas pedagógicas para os alunos e alunas do 4o ano, já que estes estariam concluindo o curso de magistério e precisavam apropriar-se dessa nova linguagem – linguagem da informática. E nos horários vagos o laboratório ficava disponível aos/ás educadores/as que dividiam as turmas em subgrupos de maneira que todos/as, tanto professores e professoras como alunos e alunas, tinham acesso aos computadores e podiam utilizar o Word para produzirem textos, o Excel para construírem tabelas e gráficos ou ainda, executarem softwares educativos particulares, de acordo com as atividade de seus respectivos Planos Dialéticos de Ensino (PDEs).
Com a reforma e ampliação do prédio do IETA, o LIED ganhou um espaço mais apropriado, onde todos os computadores foram conectados à Internet o que vem resultando em mudanças radicais na dinâmica dos trabalhos desenvolvidos.
O LIED, via recursos do caixa escolar, pôde adquirir softwares educativos nas áreas de Matemática, História, Ciências, Língua Portuguesa, bem como uma câmera digital e um conversor de imagens para TV, de forma que as atividades no laboratório passaram a ser mais dinamizadas.
No ano de 2002 o LIED continuou promovendo oficinas pedagógicas, que pôde contar com a participação, não só dos alunos e das alunas, mas dos professores e das professoras e demais funcionários/as que puderam navegar na Internet, utilizar o scanner e câmera digital e ter conta de e-mail gratuito; o contato com tudo isso veio fortalecer ainda mais a idéia de que o acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem e devem estar a serviço das camadas populares.
Essas oficinas pedagógicas têm duração de 30 h/a, realizadas duas vezes por semana e a proposta de conteúdos é diferenciada dependendo dos participantes. Se funcionário, consta de noções básicas de Windows, Word, Excel, Power Point e de Internet; se para alunos e alunas e professores e professoras, em função do enfoque pedagógico, inicia-se com uma abordagem elementar sobre a utilização dos programas do Office e logo após, levantam-se sugestões de atividades destinadas às práticas pedagógicas do ensino fundamental que podem ser utilizadas com o auxílio desses softwares. Após essa fase, passa-se a análise de softwares educativos disponíveis no laboratório como: Ortografando II, Calculando, Nossa Língua Portuguesa, Descobrindo o corpo Humano, Enciclopédia da Ciência, Enciclopédia da História, História do Mundo, O contador de histórias, etc. e concluindo a oficina faz-se uma crítica dos conteúdos desses softwares relacionando-os com o papel do educador e educadora diante desse recurso.
Acredita-se que o uso de novas tecnologias de informação e comunicação, aliado a uma concepção de educação libertadora, pode possibilitar mudanças profundas na práxis pedagógica ou, sem essa compreensão, pode apenas tornar os métodos tradicionais mais sofisticados. Nesse sentido é que se precisa ser bastante críticos para não deixar que os interesses “mercantilistas” de certos vendedores, interessados em apenas vender às escolas os "melhores" hardwares (máquinas) e softwares (programas), estejam acima das preocupações com a qualidade dos currículos e com a qualificação dos professores e professoras.
É importante também dizer que o uso intenso dessas tecnologias com acesso à Internet, e-mail, listas de discussão, chat é necessário na escola, pois trazem avanços para a educação. Hoje, a escola não pode sonegar as linguagens que estão proporcionando o envolvimento do/a homem/mulher na vida moderna, mas tudo isso tem que ser concebido na/pela escola como meios a serviço do bem comum da humanidade, como possibilidades de se viver bem e melhor.

Referências:


PESSOA, Maria Isabela Faciola. “A educação na era da Informação” (texto)

TORNAGHI, Alberto. “Nem tudo que reluz é ouro”. Revista de Educação AEC, no 112/1999.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

AVALIAÇÃO

UM OLHAR COM INTEIREZA
Mara Alves[1]



O que é a vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define?
Rubem Alves


Ao ser desafiada a escrever um artigo sobre avaliação, no primeiro momento me senti incapaz de falar sobre algo que está presente desde meus primeiros anos de vida, e sei que ainda continuará até o final dela, pois sempre somos avaliados e sempre avaliamos. Em minhas recordações, apenas na escola eu sinto avaliação como uma lembrança negativa, que metia medo, ansiedade, decepção, raiva, choro. Sei que tive sentimentos positivos em relação a avaliação na escola, mas não me dá vontade de falar sobre eles. Acredito que os meus momentos de ser avaliada e de avaliar, refletiram mais emoções de sofrimento que de alegrias, por isso que meu corpo se recusa em enxergar a avaliação como necessidade de vida. Hoje me pergunto se isso tudo é necessário em nossa escola. Neste artigo, coloco em palavras o que me angustia em pensamentos. Dessa forma decidi refletir sobre alguns questionamentos pertinentes sobre essa tão sofredora avaliação.


Existem tarefas executadas com prazer na escola?

Ando pensando se existem atividades/tarefas prazerosas na escola que não sejam a hora do recreio, a entrada e a saída. Nesses momentos podemos deixar o corpo falar, porque não estamos na frente da professora e nem na sala de aula, que é tido como lugar da razão, da sabedoria, do conhecimento, do conteúdo, da avaliação. Quando estamos fora desse contexto não estamos preocupados se vamos responder certo ou errado, se sabemos escrever, ler, calcular; apenas trocamos olhares, toques, palavras, gestos, enfim, soltamos o nosso corpo para a vida, a convivência, a relação de compartilhamento com o outro, a troca, o prazer. Na sala de aula com a professora[2] não há troca, não há prazer, pois é somente ela quem pode dar, e só “dá” conteúdo, nota, castigo, puxão de orelha, elogios ou desaforos. Na sala não é permitido falar besteiras, e é tão bom falar besteira, contar piada, namorar, cantar, dançar. “A sala de aula não é a praça, nem a casa da gente”. Costumava ouvir isso do meu professor no antigo Segundo Grau. É... acho que não dá para ter tudo na escola, mas poderia ser melhor. Como? Poderíamos, professoras, alunas[3], diretora, orientadoras, pais – todos que fazem a comunidade escolar - definirem coletivamente, qual o caminho a ser seguido. Acredito que essa construção conjunta já seria um grande aprendizado. Estaríamos falando do que sentimos, pensamos, ouviríamos histórias, descobriríamos situações ainda não experienciadas, e não precisaríamos nesse momento de conteúdos específicos, disciplinas, avaliação,horário de aula, professora na frente. Talvez nem de escola, qualquer lugar poderia ser a escola. Acredito que assim possa se ter prazer nas tarefas escolares, porque estaríamos próximos de quem gostamos, de quem queremos bem.


A avaliação classifica/rotula o aluno em bom ou ruim?

Lembro que eu, na sala de aula, costumava dizer: “aquele aluno é bom, mas aquele ali não quer nada!”. Como eu classificava o aluno como bom ou ruim? Supervalorizava sua atuação nos momentos das socializações, na fala, no escrito. Não lembro de ter avaliado o silêncio do aluno como critério positivo, como conhecimento, como conteúdo. Lembro de deixar com “conceito baixo” o aluno que não falava, ou falava pouco, que ficava nervoso quando ia socializar alguma atividade. Será que o silêncio é sinal de falta de inteligência, de entendimento, de conhecimento, interesse, participação, ou será que eu enquanto professora sou incompetente para avaliar o silêncio do aluno? Digo como professora, porque me recordo de invejar o silêncio do meu marido, como sinônimo de concentração, de introspecção viva, de sabedoria, de conhecimento, como mulher/esposa/amante sinto meu marido como um homem que não precisa falar com a boca, porque ele fala com o olhar, com gestos, com o seu corpo, eu entendo sua linguagem, mas a do meu aluno não consigo, me pergunto por que? Será porque o meu marido não é meu aluno? E nós não estamos em uma sala de aula, estamos na nossa casa? Não tem conteúdo pré-estabelecido, conversamos sobre o cotidiano, amenidades, família, amigos? Será porque com ele posso demonstrar sem restrição paixão, carinho, amor, prazer, tolice, felicidade, medo? Tento justificar a minha falta de sensibilidade no papel de professora, argumentando, tentando me esconder atrás de justificativas como esta: A escola nos “ensinou” que na sala de aula eu não sou gente, não sou humano, não posso ter sentimentos, não posso deixar que o corpo pense, sinta por mim, tenho que deixar somente a razão, a cabeça funcionar, todo o resto na escola não é válido, não presta. O aluno só é bom se falar certo, se escrever certo, comportar-se de forma correta, educada, negar-se enquanto humano. Nos ensinou que quem estiver fora desses padrões não está apto a passar de série, no vestibular, ter um emprego, viver com dignidade, não merece ser gente. O meu amigo Orivaldo me indagou sobre os valores que acredito, que tenho, para valorizar o aluno que fala e desprezar o que não fala? Acredito que construí pela minha vida antes do IETA[4] que era preciso mostrar, apesar de talvez não ter, dinamismo, liderança, poder, e isso tudo advém através das notas altas, da entrega de todas as tarefas, de ser solidário e educada com a professora, não colar e muito menos dar cola ....Como diz o nosso poeta, o professor Nestor[5], “no meu silêncio eu escuto com o coração, com o meu corpo. Eu aprendi, “apesar” de está calado, tento ouvir o inaudível e ver o invisivel”.

Hoje, sinto que o que me faz bem na sala de aula é não mais querer vestir o papel só de professora, agora eu quero ser eu mesma, professora, mulher, esposa, mãe, amiga, filha, apenas gente, a totalidade do corpo-sentimento. Enxergar, vivenciar a escola como a minha casa, sem sistema, sem controle externo, apenas um lugar de troca, de contato com outras pessoas que queiram caminhar juntas, estabelecendo ou não caminhos, valores em comum. Sei que aprendi mais do que imaginei com as alunas,alunos e professoras e professores do IETA. Hoje sei que o meu corpo só come o que ele quer, gosta e dá prazer, que eu aprendo com os sentidos, com o coração, comungando com o outro.

Não sei se assim estaria avaliando, mas sei que teria maior possibilidade de ter mais prazer, brincar com os outros, que não mais seriam alunos ou alunas, mas pessoas. Porém, prefiro pensar que não estaria avaliando, mas apenas gozando a alegria do conviver, a mesma alegria da relação que tenho com meus amigos, a minha família: o gozo puro de viver sem cobranças, sem competição, onde cada ser está sendo, inteiro no que pode ser, cada um aceitando e respeitando o outro como ele é, sem as máscaras dos títulos. Enfim, SIMPLESMENTE VIVER.


Para ser grande, sê inteiro.
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todas as coisas.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha
Porque alta vive.
Fernando Pessoa

[1] Mara Alves dos Santos, professora do IETA, vivenciadora do Coletivo da Educação continuada e mãe do Aiury
[2] Ao longo do texto me refiro a professora e ao professor.
[3] Ao longo do texto me refiro a aluna e ao aluno
[4] IETA – Instituto de Educação do Estado do Amapá. Escola que trabalha com Formação de Professores/as.
[5] Nestor Ribeiro de Albuquerque, profeesor de língua Portuguesa, Literatura brasileira e vivenciador do Coletivo da Educação Continuada.