terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Lied Ieta



Informática e Educação
Kleyzer Alencar Bruce
Professor de Matemática e Metodologia da Matemática
Coordenador do Laboratório de Informática na Educação – LIED/IETA



"Os recursos tecnológicos nada significam em si, nada fazem por si sós.
Eles precisam estar a serviço de um projeto pedagógico claro.
Seu uso precisa ser planejado de forma sistêmica e estar aliado a outros recursos".
(Alberto Tornaghi)


No segundo semestre do ano de 1999, o IETA passou a participar do Programa Nacional de Informática Educativa (ProInfo/MEC). Dentre os/as educadores/as do IETA, foram convidadas as professoras Kátia Rocha (Recreação e Jogos) Marlene Vilhena (Língua Portuguesa, Metodologia da Linguagem e Literatura) e o professor Kleyzer Bruce (Matemática e Metodologia da Matemática) para tomarem parte do I Curso de Capacitação em Informática Educativa promovido pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE Marco Zero do Amapá). O curso, com uma carga horária de 180 h/a, constou de: Introdução à microinformática; noções de MS-Word, MS-PowerPoint; análise de softwares educativos; programação em Logo Writer e Teoria da Aprendizagem.
Após a conclusão do curso, esses profissionais receberam a incumbência de serem os multiplicadores na Escola, coordenando as atividades do LIED (Laboratório de Informática na Educação) e orientando com o auxílio de computadores, todas as atividades pedagógicas lá desenvolvidas.
No IETA, foram instalados onze computadores interligados em rede local, uma impressora a laser, uma impressora a jato de tinta, um scanner e bancadas com doze cadeiras em uma pequena sala.
Dispondo apenas do Windows98 e Office97 iniciaram-se as atividades do LIED com uma oficina pedagógica para professores e professoras com o objetivo de socializar o que haviam aprendido no curso de capacitação promovido pelo NTE. Depois, alguns/algumas desses/dessas educadores/as participaram de cursos de capacitação em Informática Educativa, também, promovidos pelo NTE.
O início das atividades do LIED foi marcado por diversos entraves: pouco espaço para comportar uma turma de 30 alunos; a exigüidade de tempo dos/das coordenadores/as para que desenvolvessem as atividades a contento, já que deveriam dividir-se entre sala de aula com o grupo-turma e a coordenação do laboratório; críticas negativas e a falta de apoio daqueles/as que não conseguiram compreender a proposta do uso do laboratório de informática na educação como mais um ambiente de aprendizagem da escola, à semelhança da biblioteca e da sala de vídeo.
Para dinamizar esse novo ambiente de aprendizagem e transformá-lo num grande espaço tendo em vista o atendimento de todos e todas de forma democrática, optou-se inicialmente por oferecer oficinas pedagógicas para os alunos e alunas do 4o ano, já que estes estariam concluindo o curso de magistério e precisavam apropriar-se dessa nova linguagem – linguagem da informática. E nos horários vagos o laboratório ficava disponível aos/ás educadores/as que dividiam as turmas em subgrupos de maneira que todos/as, tanto professores e professoras como alunos e alunas, tinham acesso aos computadores e podiam utilizar o Word para produzirem textos, o Excel para construírem tabelas e gráficos ou ainda, executarem softwares educativos particulares, de acordo com as atividade de seus respectivos Planos Dialéticos de Ensino (PDEs).
Com a reforma e ampliação do prédio do IETA, o LIED ganhou um espaço mais apropriado, onde todos os computadores foram conectados à Internet o que vem resultando em mudanças radicais na dinâmica dos trabalhos desenvolvidos.
O LIED, via recursos do caixa escolar, pôde adquirir softwares educativos nas áreas de Matemática, História, Ciências, Língua Portuguesa, bem como uma câmera digital e um conversor de imagens para TV, de forma que as atividades no laboratório passaram a ser mais dinamizadas.
No ano de 2002 o LIED continuou promovendo oficinas pedagógicas, que pôde contar com a participação, não só dos alunos e das alunas, mas dos professores e das professoras e demais funcionários/as que puderam navegar na Internet, utilizar o scanner e câmera digital e ter conta de e-mail gratuito; o contato com tudo isso veio fortalecer ainda mais a idéia de que o acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem e devem estar a serviço das camadas populares.
Essas oficinas pedagógicas têm duração de 30 h/a, realizadas duas vezes por semana e a proposta de conteúdos é diferenciada dependendo dos participantes. Se funcionário, consta de noções básicas de Windows, Word, Excel, Power Point e de Internet; se para alunos e alunas e professores e professoras, em função do enfoque pedagógico, inicia-se com uma abordagem elementar sobre a utilização dos programas do Office e logo após, levantam-se sugestões de atividades destinadas às práticas pedagógicas do ensino fundamental que podem ser utilizadas com o auxílio desses softwares. Após essa fase, passa-se a análise de softwares educativos disponíveis no laboratório como: Ortografando II, Calculando, Nossa Língua Portuguesa, Descobrindo o corpo Humano, Enciclopédia da Ciência, Enciclopédia da História, História do Mundo, O contador de histórias, etc. e concluindo a oficina faz-se uma crítica dos conteúdos desses softwares relacionando-os com o papel do educador e educadora diante desse recurso.
Acredita-se que o uso de novas tecnologias de informação e comunicação, aliado a uma concepção de educação libertadora, pode possibilitar mudanças profundas na práxis pedagógica ou, sem essa compreensão, pode apenas tornar os métodos tradicionais mais sofisticados. Nesse sentido é que se precisa ser bastante críticos para não deixar que os interesses “mercantilistas” de certos vendedores, interessados em apenas vender às escolas os "melhores" hardwares (máquinas) e softwares (programas), estejam acima das preocupações com a qualidade dos currículos e com a qualificação dos professores e professoras.
É importante também dizer que o uso intenso dessas tecnologias com acesso à Internet, e-mail, listas de discussão, chat é necessário na escola, pois trazem avanços para a educação. Hoje, a escola não pode sonegar as linguagens que estão proporcionando o envolvimento do/a homem/mulher na vida moderna, mas tudo isso tem que ser concebido na/pela escola como meios a serviço do bem comum da humanidade, como possibilidades de se viver bem e melhor.

Referências:


PESSOA, Maria Isabela Faciola. “A educação na era da Informação” (texto)

TORNAGHI, Alberto. “Nem tudo que reluz é ouro”. Revista de Educação AEC, no 112/1999.